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O dia da exaustão

Chega ao fim todo um processo de aulas teóricas, aprendemos aqui inicialmente, sobre toda a história do teatro dentro da mitologia grega. Logo em seguida e o mais importante de toda a teoria (segundo este que vos escreve), é a hora de aprender e tentar entender um pouco sobre a louca e brilhante mente de Antonin Artaud. Para mim, um leigo, era muito difícil tentar diferenciá-lo do grande Stanislavski. Como assim você tem que falar com o corpo? Isso não é a memoria emotiva que conhecemos e aprendemos ao passar por Realismo?!


Mas, bastou o aprofundamento no assunto e logo todas as questões foram recebendo suas respostas, a diferença entre eles era tão grande e óbvia, chegam a ser opostos em tudo.


Por que ninguém deu ouvidos a todas as "loucuras" de Artaud? É um fato que quanto mais você estuda sobre, mais perdido fica. Entender foi fácil, mas fazer é uma tarefa árdua e cansativa.


Eis que chegou o grande dia, o dia da exaustão, damos início a aulas práticas e agora que tudo vai começar a fazer sentido. Alguns notam apenas as sensações que o corpo reproduz, mas está explícito o que todo aquele cansaço físico do corpo representa. Basta um olhar mais pensativo sobre todo o processo teórico e você acaba percebendo que o seu corpo responde de formas diferentes para cada sensação, cada emoção e cada mudança de tempo. Sem palavras você tem ali uma resposta para tudo, com um balançar de braços, com uma respiração ofegante ou leve, com um passar de pernas e balançar de cabeça, o seu corpo diz tudo que esta acontecendo e o cansaço é apenas a conclusão da exaustão de uma grande conversa corporal.


Antonin Artaud em La Passion de Jeanne d'Arc dirigido por Carl Theodor Dreyer, 1927
Antonin Artaud em La Passion de Jeanne d'Arc dirigido por Carl Theodor Dreyer, 1927


"A vida é a imitação de algo essencial, com o qual a arte nos põe em contato." - Antonin Artaud

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